
Hoje eu estava ouvindo histórias sobre minha família e meus ancestrais. Eu descobri que sou descendente direto de escravos. A minha bisavó nasceu na época da lei do ventre livre, e ela era filha clandestina de um Senhor de Engenho com sua escrava, que diziam ser uma negra linda.
Isso me fez refletir que somos todos, no mundo inteiro, descendentes de escravos.
Logo quando a Lei Áurea foi assinada, por um bom tempo os negros tiveram dificuldades de se adaptar à vida livre. Por um bom tempo eles não se permitiram ser livres realmente, e nem os seus "ex-Senhores" deram espaço para isso. Eles não conseguiam eliminar de seus corpos, seus costumes, modo de viver e maneira de encarar as coisas, o sentimento de escravidão. E o engraçado é que até hoje vemos reflexos disso na nossa cultura.
E isso não acontece apenas com os negros. E não apenas com a escravidão sócio-político-econômica.
Nós, seres humanos, éramos escravos do pecado. O pecado, essa coisa quase genética que é nossa separação de Deus. Cerca de 2.000 anos atrás, um ser homem e Deus ao mesmo tempo, veio aqui e assinou com sangue uma lei áurea absoluta e definitiva.
Mas o engraçado é que até hoje, ATÉ HOJE, dois milênios e alguns anos depois, nós, seres humanos não conseguimos nos livrar do sentimento de escravidão do pecado.
Sabe pq? Pq nós ESCOLHEMOS na maioria das vezes continuar escravos.
Outras vezes, mesmo livres, insistimos em querer pagar alforria.
Esquecemos que a lei foi assinada, e paga a preço de sangue por alguém que nos PRESENTEOU com a liberdade. E insistimos em continuar na escravidão.
Talvez por teimosia, ou talvez pelo orgulho natural do ser humano de querer pagar para fazer tudo.
Mas a liberdade é de graça, os grilhões já foram abertos. Você só precisa tirá-los de você. E correr em direção ao seu libertador...